Retomada Italiana
Canais de Veneza: sem turistas, água limpa e cisnes Reprodução/ Facebook/Marco Contessa/Veja SP
O final de 2017, a Itália falhou pela primeira vez em 60 anos para se classificar para a Copa do Mundo, que já venceu quatro vezes.
Na partida da Itália
domingo, dia 11 de julho de 2020, foi campeã contra a Inglaterra, mãe do
futebol. O vice é o primeiro dos últimos. Mas se a desajeitada, infatigável e
improvável seleção invicta da Itália elevou o ânimo do país após vários
bloqueios e incalculáveis sofrimentos causados por
uma pandemia brutal –
eu vi meus amigos perderem muitos familiares - foi apenas o último sinal de um
ressurgimento nacional.
A Itália está revivendo
um momento mágico do que é percebido como marca Itália, não só como Made
in Italy. É notável que a seleção italiana de futebol tenha mostrado ao país
que pode se levantar, se limpar e superar o resto da Europa.
É verdade que quando se
fala com alguém com mais de 50 anos se diz: que bonita a Itália, se come bem,
ótimo sair de férias, aquela coisa romântica, italians do it better,
aquela coisa ali... mas o resto é ruim: a burocracia, a desconfiança.
Então o que tem de diferente
nesse momento? É que você tem uma série
de porta-bandeiras. Quer ver? No mesmo domingo da final da copa, o tenista Matteo
Berrettini se tornou o primeiro italiano a jogar pelo campeonato individual
masculino em Wimbledon. Em maio, o grupo de rock romano Maneskin, venceu
o concurso de música Eurovision. E Khaby Lame, um jovem de 21 anos, de
perto de Turim, tem um dos maiores perfis do mundo no TikTok com mais de 30
milhões de seguidores.
Para um grande projeto
sobre o Grafeno, material mais forte já encontrado, a União Europeia escolhe
uma empresa italiana, com sede em Bérgamo, a Italcementi.
Sob o comando do primeiro-ministro Mario Draghi, ex-presidente do Banco Central Europeu, cerca de 58% dos italianos receberam pelo menos uma dose de uma vacina, e os nacionalistas do país e as forças anti-establishment juntaram-se ao seu governo.
Veneza, nunca foi mais bonita, sem a multidão que chega a 100 mil visitantes por dia, viu golfinhos e cisnes nadando pelos seus canais. O bel paese se reinventa: uma pintura moderna deste novo renascimento.